Certamente você já deve ter ouvido dizer todos os benefícios que a ingestão de alimentos ou suplementos alimentares que contenham Ômega 3 podem proporcionar à sua saúde, principalmente na prevenção de doenças cardiovasculares. A novidade descoberta por uma equipe de pesquisadores australianos e austríacos é que esta substância pode proteger também contra a esquizofrenia.
A descoberta reforça ainda mais a necessidade de incluir alimentos ricos em ômega 3 na sua dieta. Apesar do resultado positivo de todas as pesquisas, os responsáveis pelo estudo lembra que é preciso aprofundar ainda mais para que se tenha certeza da importância da substância na prevenção da esquizofrenia.
Ômega 3
O ponto comum entre os peixes considerados gordurosos (sardinha, arenque ou salmão), e nozes, canola ou soja é que eles são ricos em Ômega 3. Estes são os ácidos graxos essenciais, ou seja, necessários para o bom funcionamento do cérebro, do sistema nervoso e na manutenção da retina, mas também se espera que tenham um efeito benéfico sobre o coração e a saúde mental.
Um grupo de pesquisadores australianos e austríacos desenvolveu um estudo, cujos resultados foram publicados na revista Nature Communications, no qual apontam que uma suplementação de ômega 3 pode reduzir significativamente o risco de desenvolver esquizofrenia nos jovens em risco.
Esta doença é um transtorno mental grave que geralmente aparece na adolescência ou início da idade adulta e se manifesta por uma perda de contato com a realidade. No Brasil estima-se que há cerca de 1,6 milhão de esquizofrênicos, números que tendem a aumentar, uma vez que a cada ano cerca de 50 mil pessoas são diagnosticadas com a primeira crise da doença.
O estudo
Para chegar a esta conclusão, a equipe deu suplementos alimentares com base em ômega 3, durante 12 semanas para um grupo de 41 pessoas com idade entre 13 e 25 anos, consideradas de alto risco para desenvolver a o problema. Outro grupo com 40 jovens da mesma idade e com risco semelhante recebeu apenas um placebo de controle.
Na comparação entre os dois grupos, os pesquisadores descobriram que apenas 10% dos jovens do primeiro grupo havia desenvolvido esquizofrenia ao longo dos sete anos seguintes, contra 40% no segundo grupo. No grupo que recebeu o placebo a doença surgiu, em média, mais cedo do que no outro grupo. Houve uma recorrência menor de doenças mentais no grupo que recebeu o ômega 3 durante o período do estudo.
Os pesquisadores acreditam que estes primeiros resultados “oferecem esperança para alternativas aos tratamentos em pessoas jovens em risco de desenvolver psicose”. Apesar de esperançosos, eles também reconheceram que se trata ainda de uma amostra limitada (cerca de quarenta pessoas por grupo), e que mais estudos são necessários para confirmar as suas observações ou para descobrir o mecanismo de ação pelo qual o ômega 3 pode prevenir psicose.