O laboratório farmacêutico Eli Lilly anunciou que sua nova droga vem apresentando resultados promissores no combate ao Alzheimer quando aplicado em pessoas nos estágios iniciais da doença, o que é uma boa notícia para muitas famílias. O medicamento é conhecido como Solanezumab, composto principalmente a partir de um anticorpo monoclonal que apresenta grande capacidade de impedir o desenvolvimento das placas de proteínas beta-amilóide de se formarem no cérebro, o que ajuda a evitar o desenvolvimento da doença.
Os dados mais recentes da OMS apontam que aproximadamente 35 milhões de pessoas sofram com a Doença de Alzheimer em todo o mundo, números que devem chegar a 65,7 milhões em 2030 e a 115,4 milhões em 2050 caso não seja encontrado um tratamento mais eficaz. No Brasil, acredita-se que haja pouco mais de 1,3 milhões de pessoas sofrem com a doença.
Novo tratamento para Alzheimer
Em uma primeira fase de testes feita ainda em 2012, o medicamento Solanezumab não se mostrou tão promissor, apresentando resultados parecidos aos dos placebos de açúcar utilizados para um dos grupos. Foi um editorial publicado na revista de medicina “New England Journal of Medicine” em 2014 que levou os cientistas a mudarem de ideia sobre os testes. De acordo com o texto, um quarto dos pacientes estudados nos primeiros ensaios podia sofrer de alguma outra demência diferente do Alzheimer. A indicação era de que os ensaios científicos deveriam continuar sendo aplicados em pessoas com Alzheimer já confirmado.
A partir daí os testes voltaram a ser aplicados, mas, desta vez, os pesquisadores realizaram ensaios randomizados controlados (duplo cego), que envolveu 1.322 pessoas com doença de Alzheimer já confirmada, mas em estágio inicial. Uma parte dos pacientes recebeu o medicamento imediatamente, enquanto o outro grupo somente após um período de dois anos. Nem os médicos nem os pacientes sabiam quem estava recebendo a pílula de açúcar ou droga real.
Em um comunicado, o laboratório Eli Lilly afirmou que a droga apresentou um resultado “estatisticamente significativo”, após a comparação da função cognitiva dos dois grupos ao final de dois anos de testes. Se for comprovada a eficácia do medicamento para conter o avanço da doença, será o primeiro tratamento para o Alzheimer em fase inicial. Os resultados do estudo foram publicados na revista “Alzheimer’s and Dementia: Translational Research and Clinical Interventions”, sando também um dos temas debatidos na Conferência Anual da Associação de Alzheimer, nos Estados Unidos. Apesar de avançados os testes, ainda não há previsão de quando o medicamento começará a ser comercializado.