Esta é mais uma substância que o próprio corpo produz e que, caso não seja mantida em níveis normais, pode trazer problemas para a sua saúde. O ácido úrico é produzido a partir da quebra das moléculas de purina (que é a proteína contida em boa parte dos alimentos que ingerimos), causada pela ação da enzima chamada xantina oxidase. Após o seu uso, as purinas são degradadas, se tornando ácido úrico, sendo que uma parte permanece no sangue enquanto a outra é eliminada na urina pelos rins.
Os principais motivos que levam ao aumento dos níveis de ácido úrico no sangue estão diretamente ligados a outros fatores. Entre eles podemos destacar o aumento da produção por causa de um descontrola alimentar, algum problema no organismo que leva à diminuição da quantidade eliminada pela urina, ou mesmo como efeito do uso de alguns medicamentos.
Riscos à saúde dos níveis altos de ácido úrico
Quando há um aumento nos níveis de ácido úrico (que também é chamada de hiperuricemia), são formados pequenos cristais de urato de sódio, muito parecidos com agulhas, que vão sendo depositados em partes diferentes do corpo, geralmente nas articulações, nos rins, ou mesmo sob a pele. A elevação destes níveis pode acarretar também um aumento do risco de acidentes cardiovasculares, segundo estudo recente do Instituto do Coração de São Paulo.
O próprio depósito destes cristais de urato nas articulações já provoca surtos dolorosos de artrite aguda secundária, principalmente nos membros inferiores (joelhos, tornozelos, calcanhares, dedos do pé). Em alguns casos mais graves, o paciente com hiperuricemia podem desenvolver gota, que é um tipo de artrite secundária, mas que possui um caráter genético e hereditário, atingindo em sua maioria os homens adultos.
A hiperuricemia é responsável também pela formação de cálculos renais (litíase renal), bem como da insuficiência renal aguda ou crônica, que são conhecidas como nefropatia úrica.
Como diagnosticar o alto nível de ácido úrico?
Somente será possível ter a certeza de que os níveis desta substância estão atos através de um exame que mede a concentração de ácido úrico no sangue, necessitando de um jejum de no mínimo 12 horas. Com os resultados em mãos o médico poderá avaliar qual será o tipo de tratamento mais indicado de acordo com a situação e cada paciente.
Nos casos mais simples, o tratamento segue apenas com a indicação de uma dieta alimentar como forma de evitar a ingestão de alimentos e bebidas ricos em purina, como a carne vermelha, frutos do mar, peixes e miúdos. Além disso, o paciente deve evitar o estresse físico, o uso de diuréticos e de anti-inflamatórios. O leite e seus derivados ajudam a melhorar a eliminação do ácido úrico, por isso devem ser incluídos na dieta.
Nos casos mais graves, além do próprio controle alimentar, podem ser indicados também medicamentos que ajudam a inibir a produção de ácido úrico, como o alopurinol, ou mesmo para aumentar sua excreção pela urina, como o probenecide e a sulfinpirazona. Em alguns casos os dois podem receitados, pois há pacientes que possuem excesso de produção e dificuldade de excreção ao mesmo tempo.