Aprovada primeira pílula feita em impressora 3D

Aprovada primeira pílula feita em impressora 3D

Governo dos EUA dá sinal verde para o uso da tecnologia que possibilitará a fabricação de medicamentos sob medida para os pacientes.

194
0
SHARE
impressora 3d o masculino
Medicamento produzido em impressora 3D pode melhorar a vida de muitos pacientes. Foto: Divulgação

A Food and Drug Administration, órgão do governo norte americano autorizou a produção de pílulas em impressora 3D, tornando-se o primeiro país a utilizar esta tecnologia para este fim. A decisão pode facilitar a vida de muitos pacientes ao possibilitar a prescrição e produção de medicamentos na dosagem exata para cada caso, o que até então não era possível.

O mesmo órgão já havia autorizado o uso da impressora 3D para a produção de dispositivos médicos, entre eles a impressão de próteses, o que vem demonstrando ser muito eficaz.

Impressora 3D

O medicamento que recebeu a autorização da FDA se chama Spritam, que foi desenvolvido e é comercializado pela empresa Aprecia Pharmaceuticals. A pílula é considerada uma grande aliada no controle de convulsões provocadas pela epilepsia.

A companhia já afirmou que planeja desenvolver outros medicamentos usando sua impressora 3D. Segundo ela, imprimir as drogas permite que as pílulas possam ser produzidas e entregues ao paciente em dosagens precisas, evitando problemas. Outra tecnologia também desenvolvida pela empresa, conhecida como ZipDose, torna os medicamentos de alta dosagem ainda mais fáceis de engolir.

Produzir a droga em uma impressora 3D traz a possibilidade de colocar uma dosagem de até 1.000 miligramas em comprimidos individuais. A pílula impressa em 3D se dissolve da mesma maneira que as demais produzidas no modelo convencional.

Novas possibilidades

A impressão de pílulas em 3D oferece a possibilidade de criar medicamentos sob medida com base nas necessidades específicas de cada paciente, ao invés de ter disponível apenas um produto para as mais diversas abordagens, afirmam os especialistas.

“Nos últimos 50 anos temos fabricado comprimidos em fábricas e os enviado aos hospitais e, pela primeira vez, este processo significa que podemos produzir os comprimidos muito mais perto do paciente”, disse o Dr. Mohamed Albed Alhnan, professor de farmácia na Universidade de Lancashire Central.

“Isto significaria que as instituições médicas poderiam ajustar a dose para doentes individuais com apenas um ajuste simples para o software antes de imprimir. Anteriormente, um produto personalizado como este teria um custo extremamente alto para produzir”, disse o Dr. Alhnan.

Impressão 3D funciona criando um objeto camada por camada. No caso de medicamentos, impressoras são adaptadas para produzir apenas compostos farmacêuticos, deixando de lado os polímeros que são mais usualmente utilizados.

Esses métodos já provaram que são muito úteis na área da saúde, como os médicos que já utilizam o sistema para criar implantes personalizados para pacientes com lesões ou outras condições. Os dentistas, por exemplo, podem usar impressoras 3D para criar réplicas das mandíbulas ou dentes, bem como outros implantes dentários. Spritam vai ser lançado no primeiro trimestre de 2016, de acordo com empresa.

Fonte: BBC