Nem é preciso elencar aqui todos os males que o tabaco traz para a saúde porque isto está mais do que claro. O que pretendemos tratar aqui é sobre o quanto o fumo pode atrapalhar os seus resultados com os treinos para o ganho de massa muscular. E não estamos falando apenas da redução do fôlego, mas de um impacto negativo geral sobre o seu corpo.
O primeiro ponto evidente sobre como o tabaco prejudica o ganho de massa é exatamente uma queda significativa da força e resistência. Um estudo realizado em 2012, que contou com a participação de 350 membros das forças armadas da Croácia, mostrou que os fumantes sofrem uma redução das suas capacidades físicas.
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Entre os voluntários da pesquisa, 175 eram fumantes e os demais 175 não faziam uso do tabaco. Os pesquisadores pediram para que os militares realizassem o maior número possível de flexões em 2 minutos, em seguida o maior número de sit-ups também em 2 minutos e, por fim, o maior número possível de elevações na barra.
O resultado foi que os fumantes apresentaram um desempenho significativamente inferior em relação aos que alcançaram aos dos não fumantes. Os testes também mostraram que quem fuma apresenta ainda uma redução da capacidade cardiorrespiratória e um desempenho reduzido em testes de resistência aeróbica.
Tabaco prejudica o ganho de massa
Já uma pesquisa feita com militares dos EUA apresentou resultados semelhantes aos anteriores. Neste caso, os nãos fumantes realizaram um número inferior de repetições em abdominais e flexões. Eles também tiveram um desempenho pior nos testes de capacidade aeróbica, obtendo inclusive um tempo de caminhada/corrida bastante inferior ao dos militares que não fumavam.
E os resultados mostraram também que, ao longo dos 4 anos seguintes, os fumantes sofreram uma redução significativa da sua capacidade cardiorrespiratória, o que aumenta ainda mais o problema.
Atrofia muscular
Um estudo recente comprovou que o tabaco atrapalha a síntese de proteína muscular. Além disso, os resultados provaram também que o tabagismo aumenta de forma notória a incidência de miostatina e de MAFbx no tecido muscular, bem como o risco de sacropenia (perda de massa e força na musculatura esquelética associada ao envelhecimento).
Cale lembrar que a miostatina e a MAFbx são os genes que estão estreitamente associados ao catabolismo muscular, ou seja, à inibição do crescimento muscular. Há uma redução também uma redução do fluxo sanguíneo na musculatura esquelética, o que acaba reduzindo o transporte de aminoácidos aos tecidos musculares. De acordo com os pesquisadores, este pode explicar a supressão da síntese de proteína muscular nos fumantes.
Inflamação e danos musculares
As pesquisas comprovaram também que, além de provocar atrofia muscular, o tabaco também causa danos musculares. Foram feitas biópsias musculares entre pessoas fumantes, revelando a existência de danos estruturais, metabólicos e um aumento da degradação da proteína (proteólise), visível em uma comparação com os não fumantes.
De acordo com os especialistas, os danos devem ser provocados por um aumento do stress oxidativo nos tecidos musculares, além de um agravamento da inflamação sistémica. Estes aumentos seriam estes os causadores do catabolismo e dos danos musculares que ocorrem após a exposição ao tabaco.
Com estes argumentos, fica mais do que provado que fumar não combina em nada com o crescimento muscular, além de não ter nada a ver com quem pretende ter uma vida mais saudável. A partir de agora, você certamente vai ver aquele cigarrinho inofensivo com outros olhos, não é mesmo?