Difícil achar alguém que não goste do verão, principalmente quem possa aproveitar os dias quentes para curtir uma praia, piscina ou se refrescar em cachoeiras. Mas é neste período também que muitas pessoas passam dos limites e colocam a própria saúde em risco. Entre as doenças mais sérias em decorrência da superexposição aos raios ultravioletas – que aumentam no verão – é o câncer de pele.
Ele é considerado como a neoplasia mais incidente no Brasil e no mundo, sendo responsável por 25% dos tumores. A prevenção é tão importante que este mês foi nomeado Dezembro Laranja pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, com o objetivo conscientizar a população para se proteger contra os raios solares.
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Segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca), são estimados 175 mil novos casos de câncer de pele no Brasil em 2016.
Causas do câncer de pele
Não é tomando o sol de um dia apenas que a pessoa vai desenvolver um câncer de pele, como afirma o oncologista e presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Gustavo dos Santos Fernandes, afirmando que a radiação solar é cumulativa ao longo da vida.
O oncologista explica que o câncer de pele é definido pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. “Qualquer célula que compõe a pele pode originar um câncer, logo existem diversos tipos de câncer de pele. A neoplasia pode ser dividida em câncer de pele não melanoma e câncer de pele melanoma. Dentre os cânceres não melanoma, há o carcinoma basocelular (CBC) que é o mais frequente e menos agressivo e o carcinoma espinocelular ou epidermoide (CEC) mais agressivo e de crescimento mais rápido”, afirma.
Fernandes fala também do tipo mais perigoso da doença: “o melanoma cutâneo, mais perigoso dos tumores de pele, tem a capacidade de invadir qualquer órgão e espalhar pelo corpo. Apesar de ter incidência bem inferior aos outros tipos de câncer de pele, ele está aumentando no mundo inteiro”.
Como identificar o câncer de pele?
É preciso estar atento ao próprio corpo para conseguir perceber o surgimento dos primeiros sintomas, que geralmente são pequenas manchas avermelhadas ou acastanhadas de crescimento lento, além de pintas que mudam de cor ou de formato e feridas que não cicatrizam. “Esses sintomas, que à primeira vista parecem ter pouca gravidade, são, na verdade, os principais sinais do surgimento da doença na pele. Muitas pessoas minimizam a importância desses sintomas, o que atrasa o diagnóstico e deixa o paciente mais distante da cura”, alerta o oncologista.
Quando se fala dos cuidados com a proteção não é brincadeira: 90% dos casos, a doença é provocada, basicamente, pela exposição excessiva ao sol. “Pessoas com história familiar da doença, de pele e olhos claros, cabelos loiros ou ruivos, albinas, as que se expõem a agentes químicos excessivamente e têm muitas pintas constituem a população de maior risco para desenvolver a doença. No entanto, existem outras causas menos divulgadas como viroses, alterações genéticas, infecções e contato prolongado com um defensivo agrícola chamado arsênico”, destaca o especialista.
Como se prevenir?
O oncologista ressalta que os tumores de pele podem se manifestar em diferentes partes do corpo, apesar de serem mais frequentes no rosto, braços, nuca e costas, que são as áreas comumente mais expostas à radiação solar.
Assim, melhor maneira de se proteger contra os raios solares é a chamada barreira física, que é o uso de chapéus, bonés e roupas adequadas. No caso dos olhos, que também sofrem com os raios solares, o mais indicado é investir em um modelo de óculos de sol que possua fator de proteção solar.
Mas como estamos falando de verão, é quase impossível usar roupas mais fechadas, principalmente quando estamos em momentos de laser – sobretudo em praias, lagos, cachoeiras, piscinas, etc. Neste caso, somente o uso de protetores solares apropriados ao tipo de pele do indivíduo podem nos proteger. Ele deve ser usado em todas as partes do corpo que ficam expostas ao sol, precisando ser reaplicado a cada 3 horas.
E o oncologista Gustavo dos Santos Fernandes acrescenta: “não confie apenas no protetor solar. Também deve ser evitada a exposição solar entre 10 e 16h (horário de verão). É importante salientar que no verão, as altas temperaturas são mais propícias ao câncer de pele, mas a radiação ultravioleta exerce seu efeito por todo o ano. Por isso, a prevenção do câncer de pele deve ser uma constante em nossas vidas, seja na praia, no campo ou nas cidades e em todas as estações do ano”.