Exame de sangue pode identificar risco de ataque cardíaco

Exame de sangue pode identificar risco de ataque cardíaco

Estudo mostra que níveis de troponina no sangue podem mostrar os riscos de que o paciente sofra um ataque cardíaco.

482
0
SHARE
ataque cardíaco o masculino
A detecção da possibilidade de um ataque cardíaco pelo exame de sangue pode ser uma ótima notícia para médicos e pacientes. Foto: Shutterstock

Um estudo publicado na revista The Lancet mostrou que um exame de sangue simples pode ser, em breve, o suficientemente para avaliar o risco de ataque cardíaco. Esta é sem dúvida alguma uma excelente notícia, uma vez que será possível prever e intervir antes mesmo que o problema ocorra, aumentando a possibilidade de salvar vidas e reduzir os danos.

Leia também: 

Outubro Rosa: homem também pode ter câncer de mama

Cada pessoa tem uma “aura” particular de bactérias em volta do corpo

Fumante tem até 3 vezes mais chances de perder os dentes antes dos 50 anos

O principal sintoma do ataque cardíaco é uma dor torácica opressiva e violenta que irradia para os braços, costas ou mandíbula, o que leva os médicos a tomar as medidas para contê-la. Caso o problema possa ser identificado com um exame de sangue, certamente os acertos serão bem maiores.

Exame de sangue contra ataque cardíaco

No estudo, os médicos realizaram exames clínicos e se sangue para tentar identificar um possível marcador biológico do infarto, chegando à conclusão de que ele pode ser uma substância: a troponina.

“Quando o paciente está prestes ter um ataque cardíaco, podemos encontrado no sangue dele uma grande quantidade de troponina,” disse Patrick Ray, chefe do departamento de emergência do Hospital Tenon, em Paris. “Com um teste de sangue mais sensível é possível detectar quantidades muito pequenas de troponina, o que pode, portanto, confirmar ou não a possibilidade de doença cardíaca.”

 

Atualmente, os médicos costumam aplicar duas a três dosagens de troponina várias horas antes de confirmar o diagnóstico da doença no paciente.

Troponina

No estudo publicado na revista científica The Lancet contou com a participação de 6 mil pacientes no Reino Unido. Nele os pesquisadores concluíram que, se já na primeira dose o paciente apresentar um nível muito baixo de troponina (menos de 5ng/L) ele corre pouco risco de ter um ataque cardíaco no período de um mês.

A taxa abaixo desse número, de acordo com os pesquisadores, significa “risco muito baixo, podendo sair do hospital em pouco tempo e com segurança”, por ser um “valor preditivo negativo” ou perto de 99,6%. Esta probabilidade existe independentemente da idade, sexo ou risco cardiovascular.

Os médicos de emergência recebem muitos pacientes com dor torácica, o que representa quase 5% dos motivos para consulta no pronto-socorro. Por isso, um diagnóstico precoce pode inclusive reduzir a fila de espera por um atendimento.

Os sinais de infarto do miocárdio

A dor torácica é o caso típico de infarto do miocárdio. Ela pode ocorrer no peito, queixo, ombro, braços, pescoço ou costas. Pode aparecer de repente e não desaparecer mesmo com repouso. A dor pode durar alguns minutos ou horas, levando a uma sensação parecida com a de ter um peso sobre o peito, ou pressão.

Outros sintomas:

– Dificuldades respiratórias

– Sensação de angústia e opressão

– A baixa temperatura

– Náuseas, vómitos

– Transpiração forte

Fonte/Estudo: “High-sensitivity cardiac troponin I at presentation in patients with suspected acute coronary syndrome: a cohort study”, The Lancet, Published Online October 8, 2015, DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(15)00391-8