Medicamentos contra o câncer que a indústria não quer

Medicamentos contra o câncer que a indústria não quer

Novos medicamentos contra o câncer se mostraram potentes contra doença nos testes, mas falta o interesse da indústria.

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Novos medicamentos contra o câncer podem ajudar na difícil luta contra a doença. Foto: Shutterstock

Não há novidade alguma em dizer que o câncer, em todas as suas formas conhecidas, é a principal causa de mortes for enfermidade no mundo inteiro. Por não haver ainda uma cura definitiva, o diagnóstico vem sempre seguido de uma indicação para tratamentos que levam geralmente os mesmos agentes, entre eles os medicamentos que impactam seriamente na saúde, as cirurgias e a quimioterapia. Mas há uma esperança com a descoberta de novos medicamentos contra o câncer.

De acordo com informações do Instituto Nacional do Câncer (INCA), outros 580 mil novos casos de câncer devem ser notificados em 2015. No mundo, são diagnosticadas anualmente mais de 12 milhões de pessoas, o que é uma prova bem clara de como a doença é séria. O fato é que os tratamentos não avançaram muito e continuam sendo, de forma geral, devastadores para a saúde dos pacientes, sendo inclusive considerado, em alguns casos, como a própria causa da morte do doente.

Medicamentos contra o câncer, falta interesse…

Três novos medicamentos que podem ajudar muito na luta contra o câncer foram desenvolvidos por brasileiros recentemente, como resultado de pesquisas realizadas pelo Programa de Mestrado Profissional em Farmácia da Universidade Anhanguera de São Paulo (UNIAN). Eles são visos como potentes agentes anticancerígenos seletivos, o que é uma excelente notícia para quem recebeu um diagnóstico de câncer.

Eles foram desenvolvidos por meio da obtenção por via sintética de novos curcuminóides e seus derivados, apresentando alto rendimento e pureza. Os novos agentes foram testados tanto em métodos in vitro como in vivo, mostrando que podem ser usados como medicamentos, com a vantagem de apresentar poucos efeitos tóxicos, o que é muito relevante no tratamento de pacientes com câncer.

Os testes feitos em animais demonstraram que estes medicamentos têm o poder de reduzir os tumores de forma significativa, se comparados com os quimioterápicos comerciais usados como referência nestes experimentos atualmente. A questão que falta para a evolução dos agentes para torna-los comerciais é que a indústria não demonstrou grande interesse.

Os pedidos de patente foram feitos no Brasil e também no exterior, com o objetivo de facilitar o acesso das empresas privadas do setor farmacêutico à tecnologia. A primeira patente foi desenvolvida conjuntamente com a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) sendo aprovada nos EUA em 2008 e na Europa em 2013.

Um edital de licitação para aquisição dos direitos das patentes destes medicamentos contra o câncer foi aberto neste mês às indústrias farmacêuticas. Ao final, a empresa ganhadora deverá completar os estudos particularmente na área clínica, tendo também o direito de produzir e comercializar os medicamentos para alguns tipos de câncer.