Um estudo feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostrou que a prática de exercícios intensos provoca uma melhora no humor de jovens, mas apenas quando a atividade não os leve ao estado de exaustão. Ultrapassar este limite traria um efeito contrário. Os resultados da pesquisa foram apresentados na 30ª Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), em São Paulo.
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De acordo com o educador físico Rafael Chagas Miranda, que é o autor da pesquisa, alguns estudos anteriores sobre o impacto de exercícios de alta intensidade no humor dos praticantes geralmente avaliavam atividades que levam à exaustão. E elas concluíam que os exercícios intensos pioravam o humor das pessoas. Foi isto que o motivou a pesquisar sobre qual seria o efeito dos exercícios de alta intensidade sobre o humor quando não levavam à exaustão.
Exercícios intensos sem exaustão
Para que o estudo pudesse ser desenvolvido, o especialista contou com a participação de 30 voluntários saudáveis e jovens, com idade média de 22 anos, que foram divididos em três grupos. O primeiro praticou atividades físicas moderadas, enquanto o segundo praticou atividades de alta intensidade até chegarem à exaustão e o terceiro praticou atividades com a mesma intensidade e mesmo gasto calórico do segundo, mas feitas com intervalos, evitando que os praticantes chegassem ao limite do cansaço.
Todos os participantes tiveram seu humor e seus níveis de ansiedade testados antes e depois dos exercícios, medição feita por meio de questionários validados cientificamente. A conclusão do estudo foi de que, enquanto o grupo que se exercitou até a exaustão teve uma piora no humor, o que fez atividades de alta intensidade, de maneira intervalada, sentiu uma melhora visível em sua saúde psicológica.
Segundo Rafael Chagas Miranda, “todos os trabalhos que envolvem a alta intensidade de exercício físico utilizaram protocolos de exaustão. Neste sentido, a visão atual da literatura científica é que a alta intensidade em geral leva à piora do estado de humor imediatamente após a prática”. O educador físico conclui ainda que “quando a alta intensidade não atinge a exaustão, não há piora do estado de humor, e sim o oposto”.