O economista Daniel Silva explica como é possível conquistar a sua independência financeira sem esperar um milagre.
Passou novamente fim de ano. Tempo de festas, presentes, férias e viagens. Não menos lembrado, foi a época também de Mega Sena da Virada, com prêmio de centenas de milhares de reais que, mesmo saindo para mais de uma pessoa, resolve a vida de qualquer um!
Onde trabalho, a ideia de se tornar um milionário contagiou a todos. Bolões de apostas foram criados e contavam-se os dias para o sorteio. E o frenesi fez com que todos expressassem em alto e bom som, religiosamente, como gastariam o prêmio: as pessoas que ajudariam, e as outras que mandariam catar coquinho, os lugares a visitar, as casas, os carros, as festas e, mais importante, “vou me aposentar e nunca mais irei trabalhar na vida”.
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Diante das probabilidades, no início de janeiro, todos estão novamente em seus postos de trabalho, alguns reais mais pobres, e o sonho de nunca mais trabalhar fica para novo grande sorteio. Fico chateado ao perceber que as pessoas acham que para “nunca mais trabalhar”, ou seja, alcançar a independência financeira, a única alternativa é a loteria. Mas elas estão enganadas.
Independência financeira
Para deixar a ideia clara, independência financeira pode ser descrita como o estágio da vida em que você é livre para escolher o que lhe faz feliz e não somente o que seu dinheiro permite. Ou então ter riqueza suficiente para viver sem ter que trabalhar todos os dias para suprir suas necessidades básicas, isto é, você trabalha porque quer e não porque precisa e passa a não ser mais escravo do seu próximo salário.
Independência financeira serve para lhe dar a possibilidade de sair de um emprego que não lhe agrada, estudar e se qualificar para conseguir um emprego melhor ou abrir o próprio negócio. Serve para conseguir viajar pela Europa por alguns meses, sem a preocupação de arrumar um emprego novo logo quando voltar, para pagar as contas. E o mais importante é que ganhando ou não na loteria, seu dinheiro irá pelo ralo sem o planejamento correto.
Então, para começar 2016 com o pé direito, sugiro uma reflexão: quais são seus sonhos e objetivos para o novo ano? Parece uma pergunta bem clichê, mas pense com muitos detalhes quais novas experiências quer adquirir, metas a conquistar ou aonde quer chegar até o fim de 2016.
Agora vamos mais adiante, e daqui a cinco, dez anos, como você gostaria de estar? Vamos enriquecer ainda mais nossa ideia: como você imagina sua vida ideal? Como será sua casa, o bairro onde mora, as pessoas que moram com você, seu emprego, seus hobbes, seus amigos, onde irá passar os feriados, etc. Quanto maior a riqueza de detalhes, melhor.
Anote suas ideias no papel e, no dia seguinte, leia todas novamente, acrescente o que possa ter esquecido e tire o que não acha importante. Mostre e discuta sua lista para seu/sua companheira (o) ou família e peça para que façam o mesmo.
Pronto, você já tem um ponto de partida. Quanto antes conseguir vislumbrar esse cenário, mais rápido será para traçar o caminho para alcançá-lo. Você já tem um grande motivo para acordar todas as manhãs e continuar, seguir em frente. Agora, pense bem: será que para alcançar a vida que você imaginou, a loteria é a única alternativa, ou com planejamento, pesquisa, paciência e persistência você consegue chegar lá?
Se você não quer apostar na sorte, lhe convido para uma fascinante jornada, onde nos próximos artigos iremos discutir como construir a sua própria trilha de tijolos amarelos rumo aos seus sonhos.
Tem alguma dúvida sobre assuntos que impactam seu bolso? Quer saber mais sobre planejamento financeiro pessoal e familiar? Envie um e-mail para daniel.oeconomista@gmail.com. Os assuntos mais pertinentes serão tratados aqui na página!