Como tal o dito popular, “dinheiro na mão é vendaval”. Basta receber o salário do mês ou o a renda do negócio próprio que as tentações para o uso do dinheiro são muitas. Parece até que a TV, a internet e os shoppings estão tentando de várias formas fazer você gastar. De repente, aquele tênis ou roupa de marca entra em promoção e, algumas vezes, você acaba cedendo. Nem mesmo o produto chega a sua casa e já pensa: “será que eu realmente deveria ter comprado isso”.
Numa sociedade em que cada um se especializa em poucas atividades, o dinheiro ganho é necessário para ser trocado em bens e serviços que você não consegue produzir em casa sozinho. Logo, o consumo não pode ser visto como algo negativo. Mesmo que você já tenha ouvido várias opiniões contra, o consumo foi e é vital para o desenvolvimento da economia, trazendo renda e empregos para a sociedade como um todo. Ele só é prejudicial se não for consciente.
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Consumo consciente
Podemos caracterizar o consumo consciente como aquele que busca atender às necessidades de uma pessoa, e não suas vontades. Significa gastar com o que é necessário, deixando para segundo plano o que é supérfluo e não acrescenta para sua vida. Não existe lista do que é ou não fundamental para se viver, pois cada indivíduo apresenta preferências únicas. Por isso, cabe a cada um avaliar o que é realmente importante para seu bem estar e quais os bens e serviços descartáveis.
Colocando de outra forma, o consumo consciente seria deixar de comprar bens e serviços que não são essenciais a trajetória de atingir seus sonhos e objetivos de vida. Por exemplo, se o objetivo é obter um veículo econômico e confortável para chegar ao seu local de trabalho, não faz sentido comprar uma Ferrari, só porque um amigo o faz ou então porque apareceu em um comercial.
Neste contexto, se você não quer gastar mais do que devia e ficar com aquele sentimento de culpa “pós-compra”, prejudicando seus objetivos, algumas dicas elaboradas por especialistas nas áreas de finanças, psicologia e neurociência, podem ser úteis no seu dia a dia.
No supermercado
- Faça uma lista de compras: ao fazer uma lista, você se limita a comprar somente o que considerou realmente importante comprar, longe das propagandas e publicidades.
- Vá alimentado: quando você está com fome, tende a pegar maior quantidade de comida nas prateleiras do supermercado. É como se seu cérebro dissesse “Cara! Estamos morrendo de fome! Esse pacotinho de biscoitos não é suficiente!”.
- Não ceda aos desejos das crianças: aquela cena da criança chorando no supermercado para que o pai ou a mãe compre aquele chocolate, bala ou salgadinho é famosa, não? Separe uma quantia para a criança comprar algo que deseja e aproveite para explicar que você tem uma quantia limitada de dinheiro para realizar as compras. Discuta, também, a diferença entre necessidade e vontade.
- Cuidado com as promoções: aquela placa brilhante escrito “promoção” nem sempre significa menor preço. Muitas vezes é apenas uma estratégia para estimular a venda de determinado produto. Logo, procure avaliar se o preço está abaixo de produtos similares. Outra estratégia bastante comum é o “compre 6, pague 5”. Se você gasta, por exemplo, uma caixa de sabão em pó por mês, não faz muito sentido comprar 6 caixa de uma vez, a não ser que o preços esteja consideravelmente mais baixo que comprando apenas uma unidade.
Nas compras
- Planeje suas compras: ao se defrontar com ofertas dos mais belos e variados produtos, não se deixe levar pelo impulso. Se você precisa de uma nova camisa para o trabalho, vá as lojas buscando somente a camisa e não entre “de mente aberta” para comprar o que “for interessante”.
- Pense duas vezes antes de levar: você entrou na loja e acabou gostando de outros produtos. Antes de efetuar o pagamento no caixa, pegue cada produto escolhido e pergunte-se: “eu realmente preciso disso?”. Pensar duas vezes na hora da compra é fundamental para avaliar o que é impulso e o que é necessidade. Você pode também escolher alguma produto em uma loja e, em seguida, dar uma volta antes de levar o produto.
- Pesquise preços: produtos semelhantes podem apresentar preços bastante divergentes. Utilize ferramentas da internet ou compare os preços em lojas diferentes antes de comprar.
- Não ceda aos vendedores: alguma vez já se sentiu compelido a comprar um produto não porque você tenha gostado, mas por causa da pressão ou insistência do vendedor? Você já ouviu o vendedor dizer “essa camisa caiu muito bem em você!”. Ele está lá para lhe ajudar com informações sobre o produto ou serviço, mas alguns deles querem que você adquira, também, o que não precisa. Não considere a relação cliente-vendedor como pessoal e leve o produto somente se estiver confortável com a compra.
- Separe uma quantia do seu orçamento para “outras compras”: pode ser que algum dia você não resista e acabe comprando o que não foi planejado. Então, separe um espaço em seu orçamento para “outras compras”, pois você prepara seu bolso para arcar com esses gastos, afinal, ninguém é de ferro.
A ilusão do crédito
Já reparou que em algumas propagandas, principalmente nas vitrines, o valor da prestação para a compra de um produto vem em letras maiores do que o preço total do produto? Isso faz você pensar somente em como a parcela encaixa em seu bolso e não em quanto o produto custa de verdade. Não compre somente com base no valor da prestação e avalie se sua aquisição realmente é necessária e trata os benefícios esperados.
Outro caso comum ter na vitrine o preço à vista e não deixar claro que incidem juros sobre o parcelamento. Confira se a soma de todas as prestações é igual ao valor anunciado e se pagar tal quantidade de juros é mais vantajoso que juntar o dinheiro por algum tempo e realizar a compra a vista.
Por fim, muitas vezes na consulta do extrato bancário, aparece a informação que você possui limite de crédito ou empréstimo pré-aprovado, e esse valor já vem somado ao saldo de sua conta corrente. “Que banco legal, está me dando dinheiro!”. Contudo, o uso de tais valores tem um preço: você paga ao banco para utilizá-los. Confira atentamente o saldo de sua conta corrente para que não haja confusão.
Cuidado com as referências
A mídia, de forma geral, mostra o estilo de vida de determinados indivíduos como sendo o padrão ideal. Isso vale não somente para as propagandas, mas para as novelas, clipes de música, redes sociais etc. Essa realidade pode, muitas vezes, enganar sua percepção e levá-lo a imaginar que essa é a vida que você deve buscar. Por isso, é importante avaliar qual padrão de vida você deseja para o futuro e não ceder ao impulso de gastar somente todo mundo também tem.
Por mais que a grama do vizinho pareça mais verde, concentre-se em seu próprio padrão de vida e no que considera ideal. O planejamento financeiro é fundamental para evitar esses desvios de trajetória na busca de seus sonhos e objetivos.
Conclusão
As empresas só sobrevivem porque alguém adquire seus produtos e serviços. Por isso, elas se esforçarão para levar você a gastar dinheiro com elas. Então, planeje-se e busque ser um consumidor consciente, avaliando bem suas compras e não caindo nas armadilhas do consumo. Cada centavo gasto em algo supérfluo é dinheiro a menos empregado em seus sonhos e objetivos de vida.
Como essa cultura do consumo é muito difundida por todos os meios de comunicação e pela referência de amigos e familiares, é difícil se livrar de hábitos que causam danos ao seu bolso. Neste caso, procure um planejador financeiro para ajudá-lo no controle e planejamento dos gastos priorizando a busca de seus sonhos e objetivos.
Tem alguma dúvida sobre assuntos que impactam seu bolso? Quer saber mais sobre planejamento financeiro pessoal? Envie um e-mail para daniel.oeconomista@gmail.com. Os assuntos mais pertinentes serão tratados aqui na página!